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Ana Elisa Valcacer-Coelho

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Psicóloga e Especialista em Neuropsicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás),  em Terapia Comportamental pela FASA-RO e em ABA para TEA pela FAMESP. Atualmente é psicóloga clinica em consultório particular, professora na PUC-Goiás e em pós graduações e plataformas de ensino, pesquisadora no Laboratório de Análise Experimental (LAEC) e mestranda no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Psicologia da PUC Goiás.

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Como evitar o abuso sexual infantil?

Ana Elisa Valcacer-Coelho


CRP:09/8161

É sabido que a maioria dos casos de abuso sexual infantil partem de pessoas conhecidas da família.
Partindo desses dados, creio que há algumas atitudes que podem ajudar a evitar esse tipo de crime.

O primeiro passo e talvez o mais importante é que seu filho veja em você não uma figura de autoridade e sim uma figura de afeto, respeito e confiança. Isso afetará de forma positiva todas as relações de vocês, ele saberá que pode confiar em você e que tem com quem contar mesmo nos momentos e assuntos mais delicados.

Converse sempre abertamente sobre sexo e sexualidade, respeitando os limites da idade da criança.

Ensine a ele como se chama cada parte do corpinho dele e explique onde pode e onde não pode ser tocado por qualquer pessoa, inclusive pelos pais e responsáveis (quando for necessário o toque nas partes íntimas da criança explique o motivo, por exemplo: a mamãe vai te ensinar como lavar direitinho sua vagina, o papai vai passar essa pomadinha porque você está com assaduras, e por aí vai)

Ensine-o a dizer não a carinhos que ele não se sinta confortável e ensine também onde carinhos podem ser aceitos

Não o force a abraçar ou beijar aquele parente distante ou aquele amigo da família com quem ele não tem convivência, isso pode sinalizar a ele que vontade a do adulto prevalece mesmo contra sua própria vontade.

Ensine-o a dizer não quando ele perceber que algo é desconfortável, ele já saberá perceber isso se as orientações acima estiverem claras entre vocês.

Ensine a ele que ele pode ter segredos, mas que normalmente não há segredos entre adultos e crianças, e que nesses casos ele deve te contar.

Um outro passo muito importante é que os pais fiquem atentos às mudanças de comportamento, muitas vezes por mais que eles confiem na gente podem se sentir constrangidos, envergonhados e até mesmo culpados.

Vamos ensinar nossos filhos a se prevenir contra a violência e o abuso infantil que infelizmente é tão corriqueiro em nossa sociedade. 

Mais uma vez reforço a importância da educação sexual ao longo de toda a vida, levando sempre em consideração a idade.

Todas essas dicas/instruções precisam ser revistas de tempos em tempos pois de acordo com a idade elas mudam e não queremos que nossos filhos tenham acesso a informações antes da hora certa e muito menos que se tornem adultos que têm medo de intimidade ou que vejam a sexualidade como algo errado ou até mesmo proibido.

Complexo né? Mas é o nosso papel e devemos desempenhá-lo da melhor forma possível.

Caso você não se sinta preparado ou a vontade para essa tarefa procure um psicólogo infantil, ele poderá auxiliá-los nesse processo. 

Publicado em 21 de junho de 2021

Por que é tão difícil falar sobre sexualidade?

Ana Elisa Valcacer-Coelho


CRP:09/8161

Se é difícil falar sobre nossa própria sexualidade, imagina quando o assunto é a sexualidade dos nossos filhos? Um ponto primordial para facilitar essa conversa e torná-la mais natural é fazermos uma distinção entre sexualidade e sexualização. Sexualidade e sexualização não são a mesma coisa.

Muitos pais evitam falar sobre sexo com seus filhos por receio de estarem incentivando uma iniciação precoce da vida sexual, mas é importante enfatizar que a sexualidade está presente em nosso dia a dia desde o nascimento e ela deve ser tratada como algo natural, saudável e ser explicada e falada de acordo com cada faixa etária.

A educação sexual adequada proporcionará à criança a oportunidade de conhecer seu próprio corpo, de saber o que está acontecendo com ele em cada mudança ocorrida e, por consequência, saber identificar o que pode e o que não pode ser permitido.

Sempre que as informações sobre sexo forem adequadas à idade estamos tendo um processo de educação sexual. Já quando essas informações não são providas ou acompanhadas pelos pais/educadores, tais informações e os comportamentos podem não estar adequados à idade e com isso corremos o risco de uma sexualização, de uma erotização precoce.

E lembrem-se, a curiosidade é inerente aos jovens. Se vocês na sua família não estão conversando sobre sexualidade com seu filho ele provavelmente estará conversando com outras pessoas, o que pode ser arriscado ou prejudicial, por nem sempre essas pessoas serem adequadas para tal orientação.

Por outro lado, ao ter suas dúvidas e questões bem direcionadas pelos pais e profissionais, como educadores e psicólogos, os benefícios serão tanto a curto quanto a longo prazo.

 

Publicado em 18 de abril de 2021

Uso de eletrônicos pelas crianças, estamos fazendo certo?

Ana Elisa Valcacer-Coelho


CRP:09/8161

Atualmente o uso de eletrônicos é uma rotina na maioria dos lares mundo afora, mas e as crianças?
Qual a melhor forma delas participarem dessa nova forma de interação de forma saudável e adequada?
Todo mundo que tem filho pequeno passa ou vai passar por essa situação, horas e horas de atividades na internet.
São jogos, bate papos, aulas, encontros.... Sempre alertamos nossos filhos sobre os perigos das ruas, mas e o perigo da internet, das redes sociais?
Será que estamos orientando adequadamente?

Será que o tempo de tela é adequado à idade?Estamos sendo um bom modelo para nossos filhos?
Nem sempre nos damos conta de que na imensidão das redes, contatos podem gerar benefícios, mas também podem nos colocar ou nossos filhos em situação de perigo. Algumas ações podem ajudar:
- Acompanhar o uso do celular pelos filhos e participar com eles de algumas atividades, como jogos por exemplo, visando focar nos comportamentos benéficos a eles;
- Saber definir o tempo adequado de uso para cada faixa etária de forma a conciliar o uso dos eletrônicos com outras atividades que contribuam para o desenvolvimento de novas habilidades;
- Interagir com os filhos em outras situações, mostrando a eles que podemos desenvolver inúmeras atividades sem o uso dos eletrônicos;
- Usar eletrônicos de maneira moderada indica que também fazemos outras atividades e isso impede de sermos confrontados por nossos filhos por usarmos excessivamente e exigirmos deles um uso moderado. Seguindo por esse caminho, Annelise Julio-Costa e Andressa Antunes criaram uma cartilha muito rica e que com certeza poderá auxiliar na forma com que lidamos e educamos nossos filhos sobre seu comportamento no mundo virtual. Nesse link você pode solicitar a a cartilha diretamente das autoras. Espero que seja muito útil a todos.

Publicado em 05 de abril de 2021

Avaliação Neuropsicológica - Uma breve explicação

Ana Elisa Valcacer-Coelho


CRP:09/8161

A avaliação neuropsicológica tem como objetivo mensurar e descrever o desempenho cognitivo, avaliando funções tais como memória, atenção, concentração, dentre outras. A partir de dados mensuráveis qualitativa e quantitativamente podemos identificar possíveis alterações que podem ser decorrentes de desordens neurológicas, outros transtornos ou mesmo agentes ambientais.

O principal objetivo da avaliação neuropsicológica (ANP) é descrever o perfil cognitivo e comportamental a partir da investigação dos sistemas cerebrais.

Ela é indicada a todas as faixas etárias e temos instrumentos específicos para cada uma delas. Com os dados obtidos na avaliação neuropsicológica podemos contribuir na investigação de possíveis disfunções ou lesões cerebrais e a partir de então, poder estabelecer um possível diagnóstico, planejar as intervenções adequadas, assim como avaliar avanços de um caso que já esteja em tratamento.

Geralmente a avaliação neuropsicológica é requisitada pelo médico, mas também pode ser solicitada por algum outro profissional da área da saúde ou da área educacional.

Condições mais comuns onde há indicação de uma avaliação neuropsicológica: - Transtornos do Neurodesenvolvimento - Transtorno do Espectro Autista - Avaliação de Deficiência Intelectual - Transtornos de Aprendizagem - Avaliação de alterações cognitivas em situações de acidente vascular cerebral, traumatismo craniano, tumores cerebrais - Avaliação e diagnóstico diferencial das Demências - Distúrbios cognitivos associados ao uso e abuso de álcool e/ou drogas - Transtornos de humor, dentre outros, além de queixas comportamentais que tenham impacto na vida cotidiana.

Após entrevista inicial (com um responsável no caso das crianças) faz-se o planejamento da avaliação e montagem da bateria de testes, levando em conta os dados obtidos na entrevista inicial e na queixa.

São aplicados testes padronizados e validados pelo Conselho Federal de Psicologia que nos permitem avaliar funções como memória, atenção, raciocínio lógico, fluência verbal, velocidade do fluxo de pensamento, entre outras.

Através da aplicação dos testes e da interpretação dos mesmos o psicólogo poderá identificar se estamos diante de alguma patologia, alguma disfunção, algum transtorno, e assim poder fazer um planejamento de intervenção se for o caso.

Após finalização da compilação dos dados e da confecção do laudo há uma sessão final (devolutiva) onde os achados são explicados em detalhes e as possíveis dúvidas sanadas.

Não há diagnóstico fechado, visto que essa é uma competência do médico, mas algumas indicações são feitas, inclusive sugestões de intervenções que possam auxiliar em qualquer possível dificuldade que tenha sido detectada.

Publicado em 22 de fevereiro de 2021

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