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Comportamento Verbal

Inferências sobre Classes de Operantes Precorrentes Verbais Privados

Lorismario Ernesto Simonassi
 

Carlos Eduardo Cameschi
 

Juliana Brasiliense Vilela
 

Ana Elisa Valcacer-Coelho
 

Vivian de Paula Figueiredo

Este estudo replica sistematicamente e expande a validade da análise de Greenspoon (1955) de que processos simbólicos interpretados como “uso da linguagem”, podem ser descritos como classes de respostas operantes. No Experimento I, 16 universitários foram distribuídos em dois grupos, em função de agruparem ou não palavras aleatórias por classe gramatical sem indução explícita. Posteriormente, cada participante foi exposto a palavras de diferentes classes gramaticais, em um delineamento ABA. Na Fase de Treino (B), tocar nas palavras pertencentes à classe dos verbos eram consequenciadas com “CERTO” e nas demais classes, com “ERRADO”; nas linhas de base (A), pré e pós-treino, não haviam consequências programadas. Os resultados mostraram que o grupo que classificou as palavras gramaticalmente teve melhor desempenho, como efeito do controle discriminativo subjacente aos processos privados denominados comportamento precorrente. No Experimento II, quatro participantes não alfabetizados foram submetidos ao mesmo delineamento do Experimento I. A consequenciação não produziu aumentos na frequência de toques sobre os verbos, sendo semelhante a distribuição de respostas entre todas as classes gramaticais. Estes resultados demonstram a natureza operante de certas propriedades do comportamento verbal e o efeito das consequências controladoras como função das influências discriminativas de comportamentos precorrentes privados sobre comportamentos públicos.

Estudos de Variáveis de Contexto em um Episódio Verbal

Ueliton dos Santos Gomes
 

Ítalo Rodrigues de Freitas Mendes
 

Sherman Calixto do Prado
 

Antônio Carlos Godinho dos Santos
 

Elisa Tavares Sanábio Heck
 

Cristiano Coelho
 

Lorismario Ernesto Simonassi

O presente trabalho teve como objetivo investigar as relações entre as variáveis independentes, que neste estudo foram os contextos verbais (instrução) e não verbais (Figura/imagem de objeto) e seu efeito na variável dependente, que foram os comportamentos que descreviam respostas referentes à OBJETOS e a AÇÃO em um episódio verbal total. Foi realizado um experimento para verificar: 1) se contextos verbais (instruções) e não verbais (objetos) exercem controle sobre respostas verbais em um episódio verbal total. Este experimento foi realizado com dez (10) participantes com idades entre 19 a 25 anos. Cada participante foi submetido a 4 condições experimentais diferentes (CONDIÇÃO 1, 2, 3 e 4) em um delineamento de sujeito como seu próprio controle. Nas CONDIÇÕES 1, 2 e 3 foi apresentada a seguinte instrução “QUEIME LOGO ESTA PONTA AÍ”, sendo que nas CONDIÇÕES 2 e 3 foram apresentados os seguintes estímulos não verbais CONDIÇÃO 2: FÓSFORO e BARBANTE (Figuras/imagens) e na CONDIÇÃO 3: FÓSFORO e VELA (Figuras/imagens). E na CONDIÇÃO 4 foi apresentado a instrução “QUEIME LOGO ESTA PONTA AÍ. CALMA SENHOR, SENÃO ACABO ESTRAGANDO A ROUPA”. Em cada condição o participante foi solicitado a responder suas respostas por escrito. A análise foi realizada com a categorização das respostas textuais referentes a OBJETO e a AÇÃO. Verificou-se que uma frequência considerável de respostas verbais textuais que faziam referencia aos objetos relacionados (Figuras/imagens) a ações. Concluiu-se que tanto o contexto verbal (instrução) quanto o contexto não-verbal (objetos) quando alterados, também alteravam sistematicamente o responder dos participantes nas diversas condições experimentais.

Correspondência verbal na Terapia Analítica Comportamental: Contribuições da pesquisa básica

Nathalie Nunes Freire Alves de Medeiros
 

Carlos Augusto de Medeiros

Terapeutas têm acesso aos relatos dos eventos que ocorrem fora da sessão, e não aos eventos em si, tornando a precisão dos relatos fundamental à psicoterapia.
O presente artigo tem como objetivo discutir como as regularidades descritas nos relatos de pesquisa básica em correspondência verbal podem ajudar terapeutas analítico-comportamentais a compreender variáveis que interferem na precisão dos relatos verbais. Este artigo teórico adotará como metodologia apresentar os conceitos fundamentais e os principais dados de pesquisa básica em correspondência verbal, os quais serão aplicados na compreensão de exemplos clínicos. Ainda com base nos exemplos, será discutido como algumas práticas de terapeutas podem afetar a correspondência verbal de seus clientes.
Concluiu-se que o modo como são feitas perguntas solicitando os relatos, as consequências apresentadas pelo terapeuta aos comportamentos dos clientes e o modo com as regras são trabalhadas constituem-se em variáveis que afetam a correspondência verbal na clínica.

Comportamento verbal na terapia analítico comportamental

Carlos Augusto de Medeiros

Apenas recentemente a análise funcional do comportamento verbal vem ganhando importância na clínica comportamental, o que representa um paradoxo, uma vez que a terapia se dá quase que exclusivamente através da interação verbal terapeuta-cliente. Vários conceitos propostos por Skinner de análise do comportamento verbal podem ajudar a compreender o caráter disfuncional dos comportamentos verbais e sua influência sobre os comportamentos não verbais dos clientes. Dentre eles foram abordados no presente trabalho o conceito de audiência, audiência não punitiva, tatos distorcidos, mandos disfarçados, intraverbais, controle por regras, lapsos verbais, extensão metafórica do tato, significado pelo uso e treino em tatear o próprio comportamento e suas variáveis controladoras. A classificação do comportamento do cliente de acordo com tais conceitos fornece indícios relevantes acerca de suas variáveis controladoras, permitindo uma atuação do terapeuta no restabelecimento dos repertórios comportamentais dos clientes e do aperfeiçoamento dos repertórios verbais disfuncionais.

Efeitos de reforçadores de magnitude aumentada e do controle aversivo na manutenção do seguimento de regras em estudantes universitários

Mariéle Diniz Cortez
 

Mayara da Silva Ferreira
 

Paola Martins Pedroso de Lima
 

Matheus Gabriel Alves da Silva
 

Maria de Jesus Dutra dos Reis

Participaram 16 universitários expostos a uma tarefa de matching-to-sample. Os participantes, divididos em dois grupos, deveriam selecionar um de dois estímulos-comparação na presença de um estímulo contextual. No Grupo Ganho, iniciava-se a sessão com zero pontos e cada acerto produzia três pontos; no Grupo Perda, iniciava-se a sessão com 80 pontos e cada erro produzia a perda de um ponto. Foram realizadas 80 tentativas divididas em quatro blocos. Nos Blocos C1 e C2, as contingências eram correspondentes às regras; nos Blocos D1 e D2 eram discrepantes. O Grupo Perda apresentou média de acertos significativamente maior que o Grupo Ganho nos blocos discrepantes. A magnitude aumentada do reforço não se igualou aos efeitos do controle aversivo em relação ao abandono do seguimento de regras, confirmando estudos prévios.

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