É sabido que a maioria dos casos de abuso sexual infantil partem de pessoas conhecidas da família. Partindo desses dados, creio que há algumas atitudes que podem ajudar a evitar esse tipo de crime. O primeiro passo e talvez o mais importante é que seu filho veja em você não uma figura de autoridade e sim uma figura de afeto, respeito e confiança. Isso afetará de forma positiva todas as relações de vocês, ele saberá que pode confiar em você e que tem com quem contar mesmo nos momentos e assuntos mais delicados. Converse sempre abertamente sobre sexo e sexualidade, respeitando os limites da idade da criança. Ensine a ele como se chama cada parte do corpinho dele e explique onde pode e onde não pode ser tocado por qualquer pessoa, inclusive pelos pais e responsáveis (quando for necessário o toque nas partes íntimas da criança explique o motivo, por exemplo: a mamãe vai te ensinar como lavar direitinho sua vagina, o papai vai passar essa pomadinha porque você está com assaduras, e por aí vai) Ensine-o a dizer não a carinhos que ele não se sinta confortável e ensine também onde carinhos podem ser aceitos Não o force a abraçar ou beijar aquele parente distante ou aquele amigo da família com quem ele não tem convivência, isso pode sinalizar a ele que vontade a do adulto prevalece mesmo contra sua própria vontade. Ensine-o a dizer não quando ele perceber que algo é desconfortável, ele já saberá perceber isso se as orientações acima estiverem claras entre vocês. Ensine a ele que ele pode ter segredos, mas que normalmente não há segredos entre adultos e crianças, e que nesses casos ele deve te contar. Um outro passo muito importante é que os pais fiquem atentos às mudanças de comportamento, muitas vezes por mais que eles confiem na gente podem se sentir constrangidos, envergonhados e até mesmo culpados. Vamos ensinar nossos filhos a se prevenir contra a violência e o abuso infantil que infelizmente é tão corriqueiro em nossa sociedade. Mais uma vez reforço a importância da educação sexual ao longo de toda a vida, levando sempre em consideração a idade. Todas essas dicas/instruções precisam ser revistas de tempos em tempos pois de acordo com a idade elas mudam e não queremos que nossos filhos tenham acesso a informações antes da hora certa e muito menos que se tornem adultos que têm medo de intimidade ou que vejam a sexualidade como algo errado ou até mesmo proibido. Complexo né? Mas é o nosso papel e devemos desempenhá-lo da melhor forma possível. Caso você não se sinta preparado ou a vontade para essa tarefa procure um psicólogo infantil, ele poderá auxiliá-los nesse processo.
Ana Elisa Valcacer-Coelho CRP:09/8161
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