top of page
Luciano Martorelli Moreno

Três gerações: Puxadores de alavancas, apertadores de botões e os touch screen

Alguns de nós podemos dizer que nascemos no século passado, e temos uma geração com cerca de 20 anos que não viveu um só segundo no século XX.

Existem aqueles que viveram por mais 50 anos no século passado, falando assim parece algo tão distante, mas as três gerações coexistem nesse exato momento em que falamos.

Puxar alavancas é algo tão arcaico, diria um jovem do século XXI. Eles provavelmente não usariam esse termo, possivelmente diriam que ele é antigo, velho, ou até mesmo ultrapassado. Mas a geração de puxadores de alavancas ainda está entre nós e é possível que permaneçam conosco minimamente pelos próximos 20 ou 30 anos.

Falamos dos clássicos puxadores de alavancas, aqueles nascidos por volta da metade do século passado, não dos novos puxadores de alavancas, que as puxam não como única opção existente, mas como única opção vigente em sua realidade de vida.

Em seguida viemos nós, com nossos 30 a 45 anos, que transitamos entre as três gerações, nascemos com nossos pais e avós, clássicos puxadores de alavancas. Alguns de nós também nos tornamos assíduos puxadores de alavancas, e quando ficamos bons nisso, se difundiram os belos e assustadores botões, e de uma hora para outra tivemos que aprender a aperta-los em uma sintonia quase que sinfônica, para que no final de 1, 2 ou 3 botões apertados fosse realizado o trabalho de dezenas ou centenas de alavancas puxadas.

E por fim, surgem eles a “geração touch screen”, esses jovens que parecem ter nascido conectados a um cabo usb e não a um cordão umbilical. Que realizam tarefas eletrônicas como brincadeira de criança, e assustam os ainda persistentes puxadores de alavancas. “Onde o mundo vai parar”, como se o mundo tivesse algum destino especifico! “Ele é muito novo para saber tudo isso”, como se o conhecimento fosse exclusivo aos mais velhos! A geração touch screen evolui diariamente, e não adianta querer freá-la, dissuadi-la, ou lutar contra ela, esta batalha já está perdida, pois nós os apertadores de botões e uma boa parcela dos puxadores de alavancas, já nos rendemos e fingimos diariamente fazer parte do mesmo “mundo” que eles, mesmo não sabendo exatamente para que serve o twitter, o tinder e os nomes dos personagens de LOL por exemplo.

Agora imagine só, exigirmos a resistência, seja ela psíquica ou braçal, de um puxador de alavancas a um membro touch screen, ou em contra partida, exigir certos conhecimentos do segundo para o primeiro. Imagine os conflitos que essas gerações possuem? E nós os apertadores de botões, literalmente entre eles, tentando respeitar tanto os “costumes” quanto a “evolução”. A última geração é mais questionadora do que as duas anteriores, e eles não se contentam com qualquer resposta. Tem um mundo de conhecimento na palma da mão, e não sabem exatamente o que fazer com ele.

Cabe a nós mostrarmos que no mundo sempre existiram alavancas a serem puxadas com força, botões a serem apertados em perfeita sincronia e touch a ser deslizado com suavidez e precisão, de forma a respeitarmos uns aos outros e convivermos em plena integração e felicidade.

6 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

“MESMO CAMINHO…” SERÁ?

INTRODUÇÃO Em “andanças” da vida, deparei-me em Serra Negra (SP). Mais especificamente, deparei-me com o “hábito” de andar com minha...

Comments


bottom of page